Como a Medicina Tradicional Chinesa pode Contribuir com a Melhora na Qualidade de Vida de Pessoas com Esclerose Múltipla

  • 30 de agosto de 2022

A Esclerose Múltipla (EM) é a doença neurológica que mais afeta jovens adultos no mundo, sendo que a média de idade em que as pessoas são diagnosticadas é aos 30 anos.

De acordo com o Ministério da Saúde, a enfermidade acomete mais mulheres, em uma proporção de duas mulheres para cada homem diagnosticado.

No Brasil, estima-se que cerca de 35 mil pessoas convivam com a Esclerose Múltipla.

O dia 30 de agosto é o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla e tem como objetivos dar maior visibilidade à doença, informar a população e alertar para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.

A Esclerose Múltipla é uma doença que ainda não tem cura, mas a qualidade de vida das pessoas que convivem com esta doença pode melhorar muito com o auxílio das Práticas Integrativas e Complementares da Saúde (PICS).

Pensando nisso, convidamos Débora Matoso, que é Biomédica, Dra. em Engenharia Biomédica, Doutora em Acupuntura, Professora de Taijiquan e que atende aqui na Prema Terápica, para falar um pouco sobre como essas práticas podem melhorar a qualidade de vida de quem convive com EM.

Débora nos explica que a EM é uma doença de difícil diagnóstico, pois não há testes laboratoriais específicos e conclusivos. E que essa doença pode se apresentar como eventos surto-remissivos, sendo que durante o surto o indivíduo expressa diversos sintomas, como desequilíbrios, déficits de coordenação, fadiga e depressão, mas durante a remissão, os sintomas podem desaparecer.

O tratamento, na Medicina Ocidental Tradicional, é medicamentoso e busca reduzir a atividade inflamatória e a ocorrência dos surtos ao longo dos anos, com o objetivo de contribuir para a diminuição do acúmulo de déficits durante a vida do paciente.

Além do foco na doença, tratar os sintomas é muito importante para a qualidade de vida desses pacientes. Os medicamentos utilizados, bem como todo o tratamento, devem ser indicados e acompanhados pelo médico neurologista de forma individualizada.

Segundo Débora Matoso, há poucos medicamentos farmacêuticos que apresentam alguma melhora nos sintomas e na qualidade de vida desses pacientes, justificando a necessidade de se buscar tratamentos complementares que contribuam para o bem estar diário desses indivíduos.

Estudos apontam que terapias como Yoga, Tachichuan e Acupuntura, quando aplicadas em conjunto com o tratamento convencional, podem melhorar a qualidade de vida de pessoas que convivem com EM.

Débora nos contou que ter um caso de Esclerose Múltipla na família foi o que a motivou a estudar e se especializar em Medicina Tradicional Chinesa.

Em seu Trabalho de Conclusão de Curso, da Pós-Graduação em Acupuntura, Débora se dedicou a estudar especificamente os efeitos da Acupuntura em pessoas que convivem com Esclerose Múltipla.

Em seu estudo, Débora explica que “a utilização de tratamentos complementares em pacientes com EM podem auxiliar não apenas no alívio dos sintomas, como também na redução da ocorrência de surtos e na melhora do bem estar diário desses indivíduos, visto que a EM não apresenta cura”.

Débora nos contou que no caso de sua tia, que convive com EM e passou a ser atendida com acupuntura semanalmente, houve uma redução significativa na frequência de surtos e, inclusive, já fazem cerca de 2 anos que não há uma ocorrência.

A prática regular de Taijiquan também se mostra promissora na melhora da qualidade de vida dessas pessoas, em seus estudos na área, Débora encontrou estudos que mostraram que o Taijiquan proporciona melhoras no equilíbrio, na coordenação e na depressão destes indivíduos.

No estudo que Débora realizou, ela tentou associar os benefícios da prática regular da forma 8 de Taijiquan à ativação de todos os principais meridianos presentes em nosso corpo.

É evidente que as práticas mencionadas aqui não substituem o tratamento e o acompanhamento médico convencional. Tais práticas são complementares e devem ser utilizadas em conjunto como o tratamento sugerido pelo médico especialista que acompanha individualmente cada paciente.

Escrito por: Laiane Kadrisi