O dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes e tem como objetivo a conscientização da população sobre a doença.
Neste artigo, reunimos informações importantes sobre o Diabetes e práticas saudáveis que podem evitar a doença.
Além disso, conversamos com Fabiana Millani – que é Nutricionista Especializada em Atendimento Clínico, Nutrição Oncológica e Fitoterapia, e atende aqui na Prema Terápica – sobre como a alimentação saudável pode ajudar no controle e na prevenção do diabetes. Confira.
Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz.
Como é feito o diagnóstico?
Um simples exame de sangue pode revelar se você tem diabetes. Com uma gotinha de sangue e três minutos de espera, já é possível saber se há alguma alteração na taxa de glicemia. Caso a alteração seja considerável, será necessária a realização de outros exames, mais aprofundados.
Porém, é importante destacar que Diabetes não é tudo igual, já que o desarranjo pode ter relação com a produção ineficiente ou com o mau uso de insulina pelo corpo. Por isso, os médicos classificam as variações de manifestação em tipos: diabetes 1, diabetes 2, pré-diabetes e diabetes gestacional.
O que é Diabetes Tipo 1?
Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo.
Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 de diabetes, que concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença.
O Tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa variedade é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.
O que é Diabetes Tipo 2?
O Tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia.
Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.
O que é Diabetes Gestacional?
Durante a gravidez, para permitir o desenvolvimento do bebê, a mulher passa por mudanças em seu equilíbrio hormonal. A placenta, por exemplo, é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O pâncreas, consequentemente, aumenta a produção de insulina para compensar este quadro.
Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre e elas desenvolvem um quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue. Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino, há maior risco de crescimento excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta.
Como eu percebo que estou com diabetes gestacional?
O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher e nem sempre os sintomas são identificáveis. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes pesquisem, a partir da 24ª semana de gravidez (início do 6º mês), como está a glicose em jejum e, mais importante ainda, a glicemia após estímulo da ingestão de glicose, o chamado teste oral de tolerância à glicose.
Quais são os fatores de risco do diabetes gestacional?
- Idade materna mais avançada;
- Ganho de peso excessivo durante a gestação;
- Sobrepeso ou obesidade;
- Síndrome dos ovários policísticos;
- História prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional;
- História familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pais e irmãos);
- História de diabetes gestacional na mãe da gestante;
- Hipertensão arterial na gestação;
- Gestação múltipla (gravidez de gêmeos).
O que é Pré-Diabetes?
Já imaginou se o corpo humano contasse com um sistema de alarme que dispara quando o risco de desenvolver uma doença aumenta? Não seria uma chance de mudar seu futuro?
A maioria das pessoas não sabe o que é pré-diabetes. Uma pesquisa feita pela SBD em parceria com o laboratório farmacêutico Abbott apontou que apenas 30% dos pacientes tinham informações sobre essa condição.
O termo pré-diabetes é usado quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas não o suficiente para um diagnóstico de Diabetes Tipo 2. Obesos, hipertensos e pessoas com alterações nos lipídios estão no grupo de alto risco.
É importante destacar que 50% dos pacientes nesse estágio ‘pré’ vão desenvolver a doença. O pré-diabetes é especialmente importante por ser a única etapa que ainda pode ser revertida ou mesmo que permite retardar a evolução para o diabetes e suas complicações.
Por que existe essa preocupação? Muitos pacientes, ao serem comunicados de que têm pré-diabetes, não enxergam ali uma oportunidade. Deixam para ‘cuidar’ quando o problema se agravar. Só que o pré-diabetes pode prejudicar nervos e artérias, favorecendo diversos outros males, a exemplo de infarto e derrames.
A mudança de hábito alimentar e a prática de exercícios são os principais fatores de sucesso para o controle. No entanto, para 60% dos pacientes, a dieta é o passo mais difícil a ser incorporado na rotina. Ao todo, 95% têm dificuldades com o controle de peso, dieta saudável e exercícios regulares.
Lembre-se: ninguém morre de diabetes, e sim do mau controle da doença.
De acordo com a International Diabetes Federation, entidade ligada à ONU, existem no mundo mais de 380 milhões de pessoas com diabetes. Na maioria dos casos, a doença está associada a condições como obesidade e sedentarismo, ou seja, pode ser evitada.
É possível reduzir a taxa de glicose no sangue com medidas simples. Perder de 5 a 10% do peso por meio de alimentação saudável e exercícios faz uma grande diferença na qualidade de vida. Mexa-se!
Quais são os fatores de risco do pré-diabetes?
Assim como o Diabetes Tipo 2, o pré-diabetes pode chegar à sua vida sem que você perceba. Ter consciência dos riscos e buscar o diagnóstico é importante, especialmente se o pré-diabetes for parte do que nós chamamos de ‘síndrome metabólica’:
Pressão alta
Alto nível de LDL (‘mau’ colesterol) e triglicérides; e/ou baixo nível de HDL (‘bom’ colesterol) Sobrepeso, principalmente se a gordura se concentrar em torno da cintura.
Bom, a essa altura você já entendeu que a prática de atividades físicas associada a uma alimentação saudável pode te ajudar a prevenir ou controlar o Diabetes, certo?!
Para te auxiliar no início dessa mudança de hábitos, pedimos para a Nutricionista Fabiana Millani selecionar algumas das principais orientações que ela faz aos seus pacientes no consultório. Confira a seguir:
1) Cereais integrais
São fontes de carboidratos e são ótimos alimentos para os diabéticos, pois são ricos em fibras que ajudam a liberar lentamente os carboidratos ingeridos, controlando os níveis de açúcar no sangue.
Exemplos: Arroz integral, aveia, macarrão integral, quinoa, milho, trigo integral.
2) Alimentos de baixo índice glicêmico:
São aqueles que são absorvidos mais lentamente pelo organismo, mantendo os níveis de açúcar no sangue.
Alguns exemplos:
- Laticínios, como leite, iogurte natural, manteiga ou queijos;
- Cereais integrais, como aveia, arroz integral, milho, farelo de aveia ou quinoa;
- Leguminosas, como feijão, soja, broto de feijão, lentilha ou grão de bico;
- Vegetais, como brócolis, tomate, abobrinha, espinafre, chicória, couve-flor, nabo ou repolho;
- Oleaginosas, como nozes, castanha de caju ou castanha do Pará.
3) Frutas frescas
Por terem seu açúcar natural, chamado de frutose, devem ser consumidas em pequenas quantidades por pessoas com diabetes. A recomendação é de uma porção de fruta por vez.
4) O fracionamento da alimentação é fundamental.
Realizar 5 a 6 refeições/ dia, com menor volume: café da manhã, almoço e jantar com pequenos lanches nos intervalos.
5) Evitar alimentos ricos em açúcar ou carboidratos simples, como:
- Açúcar e doces: mel, geleia de frutas adoçadas, farinha branca, chocolates e guloseimas;
- Bebidas açucaradas, como refrigerantes, sucos industrializados, achocolatados; e
- Bebidas alcoólicas.
6) Manter -se na faixa de peso ideal
A perda de uma pequena quantidade de peso, em torno de 5 a 10% do peso corporal, melhora a ação da insulina (diminuindo a resistência à insulina), diminuindo a glicemia e melhorando o controle do diabetes.
É importante também, que as pessoas com diabetes, aprendam a ler os rótulos dos produtos antes de consumir, pois o açúcar pode aparecer escondido sob a forma de glicose, xarope de glicose ou de milho, frutose, maltose, maltodextrina ou açúcar invertido.
Se você procura um estilo de vida mais saudável e quer cuidar melhor da sua alimentação, agende agora mesmo a sua consulta aqui na Prema Terápica.
Escrito por: Laiane Kadrisi